No entanto, em meio àquela multidão previsível, um rapaz em particular, do outro lado do salão, estava irresistivelmente chamando a atenção de Ana. Ele estava sentado sozinho, em uma postura relaxada, mas emanando uma elegância natural e uma aura de mistério que a intrigava. Aparentava ter uns 35 anos, com cabelos castanhos escuros que caíam elegantemente sobre a testa, olhos azuis penetrantes que pareciam enxergar a alma, e sobrancelhas grossas, mas perfeitamente alinhadas, que davam um toque de intensidade ao seu rosto. Era incrivelmente bonito, parecia uma pintura renascentista, ou talvez uma escultura grega, perfeita em cada detalhe. "Quem é ele?", Ana perguntou a Clara, que estava distraída, observando um grupo de mulheres com vestidos extravagantes. "Ele quem?", Clara respondeu, olhando na direção que a amiga indicava, sem perceber a urgência na voz de Ana. "Não olha agora, garota! Discretamente!", Ana sussurrou, sentindo o rosto esquentar ligeiramente, "Aquele rapaz bonito sentado do outro lado do salão, aquele na mesa sozinho." Clara, então, olhou novamente, desta vez com a discrição de uma espiã, e um sorriso de entendimento se formou em seus lábios.